terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um livro para ser sentido: Paisagem sobre corpo em silêncio

Alertaram: “A capa diz muito. Perceba”. E é assim: branco, preto, formas geométricas simples, mas desfocadas e um pouco de vermelho que pode ser sangue ou paixão. Simplicidade, desfoque e vermelho permeiam o sétimo livro de poemas do Alexandre Moraes, “Paisagem sobre corpo em silêncio”, que será lançado na quinta-feira, dia 27 de novembro às 19 horas na Adufes, que fica no Campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo(Ufes).

Como nos outros livros, Moraes escreve sobre temas como a cidade, o amor, a dor existencial, a dor social e o silêncio com olhos de quem vigia o mundo e inclusive se sente ligado à Clarice Lispector por conta disso.

No prefácio, escrito pelo também poeta e professor do Departamento de Línguas e Letras (DLL) da Ufes Wilberth Salgueiro, há um aviso que precisa ser levado em conta. “Cada leitor há de reconhecer, com mais ou menos precisão, a presença de Drummond (e como!), Chico Buarque, Caetano, Cabral, Graciliano, Guimarães, Cortázar, Dostoiévski, Bandeira, Baudelaire, Ana C., Clarice, Carrol, Marx, Pound etc. – porque cada um de nós tem um etc. particular(...)”.

Em “Paisagem sobre corpo em silêncio” há todos esses autores e um eu-lírico forte que narra e canta quase como se dançasse durante cada verso e cada frase com uma lâmina na mão. Nem um pouco inocente e ao mesmo tempo cheio de doçura, o professor do DLL da Ufes Alexandre Moraes faz o que quer nas linhas que se deu.
E no fim, há socos, choros e afagos cheios de beleza embaralhada como a capa. Paisagem, corpo e silêncio misturam-se em camadas de sentidos que tocam e arrepiam como a literatura deve ser. Como lâmina limpíssima.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Machado

Então tá.
Hoje é o tal do centenário de Machado de Assis e eu, sinceramente, não tenho muito o que dizer.
Tentei ler a poesia de machado e achei sinceramente ruim. A prosa, entretanto, é fantástica exatamente por ser real. Machado de Assis é daqueles autores que batem no leitor sem cerimônia. O intinerário costuma ser sempre Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e depois pára.
Não aconselho. Machado é muito bom nos contos e crônicas. As prosas curtas dele são excelentes e batem na gente tanto quanto os romances, ou mais.
Comece por A Cartomante, depois vá fuçando livros velhos e contos na internet. Esqueci o nome de vários contos. Lembro, entretanto, de todos que cairam no vestibular. Uns melhores, outros piores.
Ademais, gostaria de aconselhar alguma coisa não tão lida. Surge então a imagem de um bom poema: O casamento do Diabo

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Anjo pornográfico


Então, eu peguei e comecei a ler como se não esperasse nada, mesmo esperando muito. Tinha ganho o livro de aniversário depois de muito insistir para tê-lo ao invés da biografia do Rubem Braga. Eu sou dessas tietes retardadas que devoram livros de um mesmo autor eternamente.
Então, depois de ter lido alguma coisa de Nelson, li Nelson em Biografia e agora indico. Anjo pornográfico é um relato minucioso sobre a vida de Nelson Rodrigues, inclusive tomando o cuidado de dar o devido peso a Mário Rodrigues, pai do dramaturgo, e Mário Filho(aquele do maracanã), o irmão.
Assim, o relato tem um cuidado grande com fatos, como uma reportagem mesmo, afinal de contas, o autor do livro, Ruy Castro, é jornalista. Entretanto, Anjo pornográfico tem uma narrativa que se lê como romance.
Eu mesma, devorei página atrás de página, como se o livro fosse um belo bife de filé mignon. E, no fim das contas, é mesmo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Conversa

Eu achei que ia custar a escrever por aqui. faltava-me um objeto específico sobre o que discorrer. Precisava admirar-me de versos antigos ou romances novos. Talvez um drama desse conta do recado...
Mas não.
Hoje venho dizer que posso discorrer sobre tudo e que é preciso cigarros depois de bons livros. É preciso fumar o livro pra que ele circule em seus pulmões.
É preciso ter pulmões pra ler, como que para sorrir. Sorrir é preciso, mas não de graça.
A risada gratuita é feia e chata. O cinismo não cai assim tão bem e forçar o riso é quase que imoral.
Eu, como Luiza, não escrevo, mas transbordo.
Não tenho muito o que dizer além dos cigarros que minha mão não sabe, mas meu pai sim.
Entendi finalmente que a Dama Branca do Bandeira era ela, a tuberculose.

domingo, 6 de julho de 2008

Licantropo




Quando eu abri Licantropo, não fiz por que tinha lido a sinopse ou por que tinham me dito que era bom. Eu abri Licantropo pra ler o livro do meu professor preferido. Mas não foi o professor quem me fez continuar lendo.
Licantropo tem paixão, mulher, horror e sexo de um jeito forte e por vezes doce. Foi o primeiro livro de contos que eu li numa tacada só.

Alguns contos do livro podem ser lidos nesse blog.
E, no mais, segue um link do Grijó fanando do próprio livro.

domingo, 29 de junho de 2008

Doçura

Hoje, numa dessas viagens por links desconhecidos de blogs novos, encontrei um texto bonitíssimo com uma figura singela e doce.
Trata-se de um texto falando sobre amor em um blog que eu nunca tinha visto.
Sem muito o que dizer além da doçura que as linhas trazem para temperar um domingo que não está nem quente nem frio, deixo o link e uma música que, para mim, combina bem.

texto aqui.
Angela Rorô - Amor Meu Grande Amor


Bom dia!

sábado, 28 de junho de 2008

folhetins

Pra quem não sabe, faço uma pesquisa sobre a qualidade da informação transmitida ao cidadão capixaba nos cadernos de cultura de A Gazeta e A tribuna. Por conta disso, há muito tempo atrás fiz um texto sobre folhetins que foi publicado no blog do grupo de pesquisa. Acho que cabe aqui.


Gal costa - Folhetim




Folhetim não é jornalismo, é ficção. No entanto, é ficção que fica dentro de jornal. Faz parte do dia-a-dia e tem que prender o leitor. Todos os chavões e as frases feitas estão nas folhas sofridas de um folhetim. Não devo me estender, não há folhetins em A Gazeta, nem em A tribuna.
Devo ressaltar, no entanto, que isso é uma pena. Por que o gênero é pai da telenovela, de quem todo mundo gosta. Sendo assim, seria atrativo mesmo para quem não gosta muito de ler. E é aí que está o ponto no qual eu queria tocar. Sendo o jornalismo um incentivador da cultura, que mal há no jornal incentivar a leitura? Tramas fáceis e desafiantes aguçam, e leitura é hábito.
Digo que leitura é hábito por que lembro-me de quando trabalhava no Kumon e da minha irmã. Lembro-me da sede por livros que só aumenta a cada novo exemplar. Por isso digo que é uma pena não haver folhetins em A Gazeta e A Tribuna.
Pois então. Reclamo a ausência e retomo um ponto já dito antes. O papel do jornalismo cultural de incentivador da cultura.

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Exemplos de folhetins online:
As desaventuras de Nicky
O fantástico mundo de Bru e Bia
Mariana

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Primeiro Selo do Boteco!!


Queridíssimas pessoas que eu não estou vendo,


A Darshany deu um selo pra este blog. Primeiro de muitos, espero. E um selo inédito.
A mim, resta agradecer a Darshy, garota do casaco verde que também é postadora do Batata Quente e encaminhar o presente à 5 outros blogs.
Serão eles:
As desaventuras de Nicky, Blog da Sha Sha e da Roberta, que merece o selo por ser engraçado e me fazer voltar lá todos os dias.
O fantástico mundo de B e B, por me manter curiosa quanto à solução da história do vizinho joxer.
Final do corredor, segunda porta à esquerda; simplesmente por que ele passou no teste do sofá. Mentira, meu namorado tem um bom blog.
Blog do Cacos, pelas aspas da Natasha

Em Vênus, pelo conjunto da obra.
^^

Nada

Meninos!
Eu ando tão atolada e apaixonada por tanta coisa ao mesmo tempo que hoje, pela primeira vez em dois meses de boteco, não sei sobre o que falar. Sentei-me aqui pensando em indicar algum bom livro dando características e dialogando com seu autor de forma tradicional e bonita.
Mas a verdade é que não sei.
Se hoje, neste boteco, eu falasse de Nelson Rodrigues, eu deveria conseguir dialogar com ele. Entender o que ele queria quando escreveu algumas obras - as quais eu nunca vou entender por completo-, mas eu não me chamo Arnaldo Jabor e nem tenho tamanha audácia.
Resta-me então, meu autoritarismo de quem hoje escreve sobre nada, pra que vocês leiam quem escrevia volta e meia sobre nada, mas muito bem obrigada.
Com vocês, um sabiá!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Batata quente


Depois de muito tempo, postei no Batata. Posei no batata é frase típica de se encontrar no meu scrapbook ou no de Darshany. Temos um blog juntas. Na verdade, somos eu, Darshany, Bellon, Flora e Bia. O Batata quente, nosso blog, está no Boteco por se tratar de desafios literários.
O último, a Bia passou pra mim. Eu devia falar do senhor do futuro de uma mulher que conversa com ela pra que ela mude uma coisa. Só uma coisa.
Tentei, se consegui, vocês vêem aqui.
O fato é que o Batata tem textos mui interessantes. Não apenas meus, mas Bia escreve muitíssimo bem, Darshany e Flora são fantásticas e a Bellon-não-postadora é ótima. Por isso o Batata tá no boteco.
Por que lá tem literatura provocada e provocativa e por que você só sabe qual das 5 escreveu o texto no final dele.

É isso.

Vão ao Batata!!!

sábado, 14 de junho de 2008

Uma jornalista perdida na ilha dos literatos - Parte 3

Segundo dia - 12/06/08

Por problemas técnicos, fui apenas à uma mesa neste dia. Tenho até que avisar ao professor que eu faltei mesmo, sem os motivos nobres pelos quais iria faltar à aula. Sendo assim, nada de abono.

Enfim, este blog não é sobre a minha falta de responsabilidade, mas sobre literatura.

Por volta das 4 da tarde, o Erly Vieira Jr, a Mara Coradello e o Bernardo Oliveira estava no auditório do IC II falando sobre sua experiência como escritores. Cheguei atrasada, aí nem vi nada do Bernardo. mas foi muito legal reparar como o Erly encara da mesma forma sua obra escrita e a cinematográfica. Pra ele, a câmera é como uma caneta e algumas coisas simplesmente são pensadas pra cinema. Durante todo o tempo, ele se confundia chamando o leitor de espectador e o espectador de leitor.
Ainda assim, vale ressaltar que o que eu li da obra escrita dele é muito verbal pra ser filmada. Muito escrita mesmo, textos daqueles em que a gente passeia, se surpreende e se sente desafiado. Sempre fica um quê de pergunta, mas não um quê de falta.

Na Mara o que me chamou atenção foi outro aspecto. Eu já gostava do que ela escrevia e já a lia bem antes de vê-la pessoalmente. Até falei pra ela "nagazeta só lia você e a Bernadette Lyra". Conhecia-a das crônicas publicadas semana sim semana não no jornal A Gazeta. E foi legal vê-la falando dessa experiência. Ela disse que no fim das contas, se percebeu preocupada demais em adular o leitor e que tinha medo que a obra dela se tornasse fácil demais.

E foi nesse aspecto que se deu a discussão final. A relação autor-leitor e o pra quem se escreve renderam um debate interessantíssimo que eu até filmei, mas não editei ainda, então vou ficar devendo.

abaixo: Grinalda
direção: erly vieira jr
elenco: letícia braga
roteiro: erly vieira jr, a partir de cenas improvisadas por letícia braga




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Links:
Blog da Mara Coradello
Textos do Erly

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Uma jornalista perdida na ilha dos literatos - Parte 2

Não vou seguir ordem cronológica, queridos. Os textos desta série vão por temas.
"Da próxima vez eu venho disfarçado"
Reinaldo Santos Neves

Eu já tinha lido "Kitty aos 22: divertimento" no ano passado. E tinha gostado bastante especialmente por não conseguir parar de ler e pela frase que abre o livro: "cada personagem tem o romance que merece". Não vou falar da história deste livro agora.

Me concentrarei na figura do Reinaldo, autor vivo e presente nas mesas que falavam dele próprio. Na primeira, Sueli Gomes da Silva Oliveira - que num momento onírico ao ver a programação pensei ser A Sueli, jornalista e musa de "Sueli", romance de Santos Neves publicado na década de 80 - falou do perfil musical de Kitty.
O grande lance é que a protagonista do livro em questão ouve de tudo um pouco, qualquer tipo de rock (de Deep Purple à Britney Spears) e o autor presente e curioso de si mesmo disse ter sido questionado à respeito disso. Diversas pessoas presentes, entre elas eu-narradora-e-personagem, debateram a possível coerência ou incoerência de uma patricinha com tão variado gosto musical. Uma patricinha que, segundo Santos Neves, teve seu perfil musical garimpado nos blogs da garotada.
Ora, a personagem tinha e tem o romance que merecia e merece. Ela simplesmente pode ouvir o que quiser - e isso fui eu quem disse para todos que ali estavam discordando do perfil musical que já foi escrito com Coldplay e Avril Lavigne convivendo felizes e sem brigas. A Kitty faz jornalismo, a Kitty, como todos que entram numa faculdade de jornalismo, sabe o que é um lead, uma pirâmide invertida e sabe que todo jornalista tem que ser especialista em tudo.

A segunda mesa que falava do Reinaldo, entretanto, tomava-o por um aspecto completamente diferente do tratado em Kitty. A mesa falava de A Longa História, romance épico que todos os presentes concordavam ser maravilhoso e impossível de desgrudar. Três pessoas apresentaram trabalhos à respeito da obra.
Jorge Luiz do Nascimento disse do diálogo existente entre o romance de Santos Neves e alguns temas e parâmetros discutidos pelo escritor argentino Jorge Luis Borges - que não sei quem é, mas linquei a wikipidia pra vocês saberem.
Rogério Soares, por sua vez, falou da metaliguagem presente na obra, enquanto Vanda Luiza de Souza Netto contou das muitas histórias contidas dentro dA Longa História.
A fala da Vanda me instigou particularmente por que em determinado momento ela disse que contou numa primeira lida, cerca de 90 histórias contidas dentro do mesmo livro.
Fiquei fascinada. Não quero saber quem é Jorge Luis Borges por agora, mas preciso ler A Longa História.
Imagine você estar em uma sala em que todas as pessoas da sala falavam extremamente bem do mesmíssimo livro? E é um livro enorme, um tijolo de livro mesmo. Eu quis ler e ainda quero ler e vou comprar assim que tiver algum dinheiro.
Por fim, a frase-título foi dita durante a última mesa, quando todos os presentes começaram a elogiar Reinaldo compulsivamente, inclusive pelo árduo trabalho de pesquisa que ele sempre faz e que o diferencia de muitos outros escritores.

** por problemas na câmera, não há fotos nem vídeo.

Uma jornalista perdida na ilha dos literatos - Parte I

Primeiramente explico o título que tem uma lógica, inclusive, bem banal. A narrativa que proponho se passa comigo, pretensa jornalista, entre os ICs (prédios da Universidade Federal do Espírito Santo cuja sigla conhecida por todos os estudantes significa ilha central). O que se segue será uma narrativa literária e jornalística ao mesmo tempo em que eu contarei, como num diário, sobre o Seminário Sobre o Autor Capixaba, evento cheio de acadêmicos estudiosos de literatura e eu.

Primeiro dia- manhã.

Me enganei(ou me enganaram) quanto ao local em que seria dada a conferência de abertura do Seminário, assim cheguei ao local correto achando que estava atrasada, mas no momento exato em que as coisas começariam.
A mesa de abertura foi composta por Reinaldo Santos Neves, Luís Eustáquio Soares e Marcelo Paiva. Os três, num exercício metalinguístico típico da literatura, falaram sobre o próprio Seminário do Autor Capixaba. Reinaldo assumiu não saber de quem veio a idéia do evento e lançou sua dúvida aos presentes. Entretanto, a pergunta mais intrigante foi feita por Luís Eustáquio e eu não vou tentar respondê-la no presente post: literatura capixaba existe?

Vou parar por aqui, já que a conferência que veio após a mesa de abertura falava sobre teatro de José de Anchieta e Gil Vicente e eu sinceramente não sei nem fingir que sei falar disso - nem com anotações.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

III Seminário do autor capixaba.

Queridíssimos, vou quebrar minha prórpia regra e fazer um post sem linkagens e extensíssimo.
A causa é nobre, vai começar essa semana o Seminário do autor capixaba, que acontece de dois em dois anos. Segue a programação,
Beeeijos!

III SEMINÁRIO SOBRE O AUTOR CAPIXABA
Programa de Pós-Graduação em Letras
Núcleo de Estudos e Pesquisas da Literatura do E. Santo
UFES, 11 a 13 de junho de 2008

PROGRAMAÇÃO

Quarta-feira, 11 de junho

8:30
Auditório do IC IV (Centro de Educação)
Distribuição de material do Seminário.
Inscrição de ouvintes.

9:00
Auditório do IC IV (Centro de Educação)
Abertura
Conferência 1: Márcio Ricardo Coelho Muniz:
As relações dramáticas entre José de Anchieta e Gil Vicente
Paulo Roberto Sodré (Mediador)

14:00
Sala Clarice Lispector (Prédio de Letras)
Mesa 1: Narrativa
Junia Claudia Zaidan (Mediadora)
Temas
Antonio Fabio Memelli Marco Berger
Luiz Romero de Oliveira Luiz Guilherme Santos Neves
Sara Novaes Rodrigues Newton Braga
Sueli Gomes da Silva Oliveira Reinaldo Santos Neves

14:00
Sala Guimarães Rosa (Prédio de Letras)
Mesa 2: Narrativa: Os mortos estão no living, de Miguel Marvilla
Raimundo de Carvalho (Mediador)
Fabíola Padilha Trefzger
Juan Filipe Stacul
Letícia Queiroz de Carvalho

16:00
Sala Clarice Lispector
Mesa 3: Narrativa: José Carlos Oliveira
Luiz Romero de Oliveira (Mediador)
Adolfo Miranda Oleare
Carla Paula dos Santos
Sérgio da Fonseca Amaral

16:00
Sala Guimarães Rosa
Mesa 4: Crônica
Lino Machado (Mediador)
Temas
Alessandro Daros Vieira Fernando Tatagiba
Kamila Bragatto Bergamini Ivan Borgo
Renata Bomfim Carmélia M. de Souza

18:30
Sala Clarice Lispector
Mesa 5: Poesia
João Paulo Matedi Alves (Mediador)
Temas
Ana Maria Quirino Ester Abreu Vieira de Oliveira
Felipe Fiúza Cantáridas
Fernanda de Souza Hott Eliza Lucinda

18:30
Sala Guimarães Rosa
Mesa 6: Narrativa: A longa história, de Reinaldo Santos Neves
Lillian Virginia DePaula Filgueiras (Mediadora)
Jorge Luiz do Nascimento
Rogério Soares
Vanda Luiza de Souza Netto
Wilberth C. F. Salgueiro

Quinta-feira, 12 de junho

9:00
Auditório do IC-II
Conferência 2: Dulce Maria Viana Mindlin:
A presença do Espírito Santo no teatro de José de Anchieta
Fernando Achiamé (Mediador)

14:00
Sala Clarice Lispector
Mesa 7: Maria Antonieta Tatagiba
Danilo Barcelos Corrêa (Mediador)
Francisco Aurelio Ribeiro
Karina de Rezende Tavares Fleury
Paulo Roberto Sodré

14:00
Sala Guimarães Rosa
Mesa 8: A poesia de Douglas Salomão
Fabíola Padilha Trefzger (Mediadora)
Evaldo Figueiredo Dória Jr.
Lino Machado
Paulo Muniz da Silva

16:00
Auditório do IC-II
Mesa 9: Depoimento de escritores
Paulo Roberto Sodré (Mediador)
Bernardo Oliveira
Erly Vieira Jr.
Mara Coradello

16:00
Sala Clarice Lispector
Mesa 10: Poesia
Lino Machado (Mediador)
Temas
Douglas Salomão Bith
Lucas dos Passos e Silva Miguel Marvilla, Reinaldo Santos Neves, Bith
Marcus Vinícius M. das Neves Bith

18:30
Sala Clarice Lispector
Mesa 11: Narrativa
Virginia Coeli Passos de Albuquerque (Mediadora)
Temas
Bruno Cola Greggio Amylton de Almeida
Gelson Santana Penha Bernadette Lyra
Regina Lucia Santanna Luiz Guilherme Santos Neves

18:30
Sala Guimarães Rosa
Mesa 12: Conto, crônica, literatura infanto-juvenil
Lino Machado (Mediador)
Temas
Isabela Basílio de Souza Zon Literatura infanto-juvenil
Marxwel Alves Pantaleão Marcos Tavares
Sandra dos Reis Abrante Nunes Rubem Braga

Sexta-feira, 13 de junho

9:00
Auditório do IC-II
Conferência 3: Francisco Aurelio Ribeiro:
A literatura do Espírito Santo de Afonso Cláudio a Renato Pacheco
Ester Abreu Vieira de Oliveira (Mediadora)

14:00
Sala Clarice Lispector
Mesa 13: Vários tópicos
Reinaldo Santos Neves (Mediador)
Temas
Fernando Achiamé Coletânea do folclore capixaba
Orlando Lopes Panorama editorial
Andréia Delmaschio Renato Pacheco

14:00
Sala Guimarães Rosa
Mesa 14: Vários tópicos
Douglas Salomão (Mediador)
Temas
Pedro Antônio Freire Ironia
Carla Simone Vasconcelos Sérgio Blank
Emanuela Pazini Fernandes Waldo Motta
Joseli Bittencourt Gonçalves Orlando Lopes
Juarez Oliveira Santos Sérgio Blank

16:00
Sala Clarice Lispector
Mesa 15: Narrativa
Paulo Roberto Sodré (Mediador)
Temas
Luiz Romero de Oliveira Francisco Grijó
Miguel Marvilla Francisco Grijó
Nelson Martinelli Filho Reinaldo Santos Neves

16:00
Sala Guimarães Rosa
Mesa 16: Poesia
Karina de Rezende Tavares Fleury (Mediadora)
Temas
Andressa Zoi Nathanailidis Achilles Vivacqua
Janaina Alencar da Silva Marly de Oliveira
Márcio Ronei Cravo Soares Paulo Branco

18:30
Auditório do IC-II
Mesa 17: Depoimento de escritores
Miguel Marvilla (Mediador)
Caê Guimarães
Francisco Grijó
Oscar Gama Filho

Encerramento

domingo, 8 de junho de 2008

Viviane II

Pra Roberta, que reclamou a ausência da Viviane Mosé neste blog, faço mais um post sobre ela.
Na verdade, o post é sobre um poema específico dela, chamado Vida/tempo. É que esse poema é meio chicobuarqueano e bem sensual. Eu o conheci da boca de uma amiga que fumava e rebolava enquanto falava que a vida passava a mão nela e o tempo a comia com força e por trás.
E explico por que chicobuarqueano. Trata-se da referência que o poema faz a "olhos nos olhos", música do chico da qual gosto muito, quando a Viviane diz que dizem que ela anda até remoçando.
São duas líricas de amor. Uma que dota substantivos abstratos de vida, mas ainda sim trata de poder sobre alguém que antes a fazia mal. Olhos nos Olhos é a mesma coisa. A mulher que é eu-lírico da música diz que quando a deixaram ela ficou mal, mas hoje está feliz, até remoçando.
Tão bonito esse poder de amor!

E hoje estou boazinha, então posto a música na voz da Maria Bethânia e o poema na voz da vivane.



Maria Bethânia - Olhos nos Olhos


*total multimidiático, fala que não?

sábado, 7 de junho de 2008

Viviane


Sem muitas postagens por falta de computador, venho hoje só pra falar de uma poeta que encara o tempo como eu gostaria de encarar. Os textos dela são exercícios lúdicos de mais que poesia. Viviane Mosé pede em versos que a solidão a esqueça e avisa para o tempo que quer que ele a coma de frente, olhando nos olhos.
Mas a coisa mais bonita dela, a que eu mais gosto, e um poema que diz que tristesa derretida é lágrima e tristeza endurecida é tumor.



Mais dela aqui e aqui.

*não linquei os poemas durante o post por que o segundo aqui tem todos os citados juntos, sem possibilidade de linkar separadamente.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Jornalismo Literário em debate

Nos dias 20, 21 e 22 desse mês, vai acontecer o Primeiro Seminário de Jornalismo Literário. Trata-se de uma iniciativa do Centro Acadêmico de Comunicação Social(CACOS), que visa incentivar a produção jornalística e a troca de conhecimentos. O evento começará às 19 horas do primeiro dia, contando com a presença do Presidente da Academia Brasileira de Jornalismo Literário, Celso Falaschi, na mesa de abertura.
Para se inscrever, basta mandar um e-mail para jornalismoliterario@hotmail.com.
Mais informações no Blog do evento.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Diva

Pois ocorreu que neste fim de semana sucumbi ao meu próprio consumismo e fui ao sebo. Namoramo-nos por algum tempo, não sabia o preço, mas queria-o. Não me aguentei e comprei-o clássico e cheio de descrições minuciosas de roupas como ele era.
Passamos o fim de semana juntos na minha cama, mas dei cabo dele em uma noite.

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Diva, de José de Alencar é um livro fascinante. Primeiro por ser romântico e ter neste adjetivo toda uma estrutura de paixões arebatadoras e uma história fatal (no sentido de definitiva). Depois por que você não entende a protagonista Mila - talvez por isso ela seja a mocinha perfeita mais imperfeita que eu já li.
Mila, ou Emília, é linda, rica, culta, prendada e pura. Inclusive, tem pudores que beiram o absurdo. Apesar disso, ela é por vezes cruel.
Acho até que a crueldade dela é força motriz da narrativa e elemento fundamental para que torçamos do começo ao fim por Augusto, mocinho médico mulato, orgulhoso e tão fascinante quanto a mocinha.
A história gira em torno dos dois e é um jogo, grande queda de braço e linda história de amor.

Pra ler, basta clicar aqui.



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E como eu disse num post abaixo, Diva, Lucíola e Senhora foram temas de Essas mulheres, uma novela da Record, onde Mila, era interpretada pela atriz Miriam Freeland.

domingo, 1 de junho de 2008

Sorry

Queridos,
Sinto que fui muitíssimo relapsa com esse blog essa semana. Mas sabem, isso não pode ser automatismo, tem que ser jazz do coração.

E esse é um pedido formal de desculpas seguido por um acordo.
Se no boteco não tiver nada de novo, passa na Adega.
O Damn é bem mais clássico que eu, mas acho que vcs vão gostar.

Adega de Degas aqui.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ana e a faca

A verdade é que eu simplesmente não sei falar dela e a culpa é de uma frase isolada que me marca, maltrata e instiga. Quando acordo e quando durmo aquela frase de poema me aguça mais do que a frase do Otto Lara Resende instigava aos personagens da peça "Bonitinha, mais ordinária", do grandissíssimo mestre Nelson Rodrigues.
Na peça, falava-se o tempo inteiro que "o mineiro só é solidário no câncer".
Entretanto, a minha frase é mais doce e por isso muito mais perigosa.

Do you Believe in love?

A culpa é da Ana Cristina César, nesse poema.

domingo, 25 de maio de 2008

As desaventuras de Nicky


Pois bem, terceiro post sobre a blogosfera.
Acontece que hoje me peguei desesperada pra que a Shamylle e a Roberta atualizassem As desaventuras de Nicky, o blog delas. Eu simplesmente PRECISO saber o que acontece depois. Não tem filosofia por trás disso, é simplesmente o fato de que o blog delas me aguça a vontade de ler. Eu quero que a Nicky faça mais coisas, eu torço pra um determinado personagem, eu vibro, eu morro de rir!
fora que volta e meia vem umas pérolas que eu gostaria de ter inventado, tipo:


Falta de homem + ócio = falar da pegação alheia.


Bem, não abram o blog esperando uma literatura rebuscada e cheia de figuras de linguagem que você tem que consultar o dicionário para entender. A mocinha, Nicole, ou Nicky, não usa vestidos grandes e rodados como as mocinhas do romantismo, usa shortinho. E não dança Foxtrot, dança funk. De quebra, ainda tem um fusca rosa.

Enfim, vale à pena clicar aqui simplesmente por que na vida de Nicky nada é nada, tudo é tudo e fim de papo!


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Não é a primeira vez que eu falo bem da Shamylle, como vocês podem conferir aqui.

E outra coisa, o blog das meninas é um folhetim. E, fazendo autojabá, eu escrevi sobre isso no blog do grupo de pesquisa, como vocês podem ver.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Crônicas da blogosfera escancarada

Pra fazer a resenha que o Rafael Paes (o professor da disciplina que me motivou a fazer este blog)pediu pra entregar segunda feira, tenho lido mais blogs que de costume. Inclusive, o Thalles fez um artigo mó legal falando de blogueiros, ética na blogsfera e todo o basicão que se precisa saber pra ter um blog.
Mas, enfim, resolvi postar de uma vez por que estava lendo o Saco de Filó e acho que vale à pena falar deste blog. O Marcelo posta crônicas toda quarta e sexta e, ultimamente, tem-se concentrado em falar de internet. Quem tem blog e gosta de blogar vai se identificar com os posts irônicos e metalinguísticos que sempre me fazem rir, especialmente quando ele joga na cara das pessoas que elas tem preguiça de ler e só comentam pra que visitem seus blogs(mesmo sem ter lido).
O post mais recente, pra vocês terem idéia, conta a história de Adão e Eva na tecnologia. Seei que vocês provavelmente já leram um spam parecido com isso, mas trata-se de um texto original.

Um trecho e o link:

"Adão vivia no paraíso feliz e sozinho. Tinha tudo que precisava: um computador e conexão de internet (banda larga da DEUS Telecomunicações). Deus, o dono do provedor, só deu um aviso:- Adão, se chegar um e-mail em seu outlook com um link anexando um arquivo executável, não clique, senão você vai ferrar todo o nosso criador, quer dizer, provedor."

Postagem inteira aqui.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Lucíola

Ainda lembro nitidamente quando o Grijó disse: perto de Lúcia, nenhuma dessas meninas serviria nem pra fazer sabão.
Isso ele disse quando falava de Lucíola, livro de José de Alencar que foi cobrado no vestibular que eu fiz. E, pela descrição detalhada de Alencar, a gente sabe que Lúcia, a protagonista, é belíssima, prendadíssima e inteligentíssima(sempre no superlativo, pois em livros românticos as qualidades das mocinhas são sempre superlativas). Há apenas um problema, ela era uma prostituta, e, das mais caras do Rio de Janeiro.
Sua história começa a ser narrada quando o mocinho cujo nome não me lembro a vê pela primeira vez e logo se apaixona. Na verdade, ele manda cartas à Senhora GM, interlocutora de outras duas histórias de Alencar, Diva e Senhora. Há quem diga que as cartas são enviadas por que o mocinho quer desposar a neta de GM, mas nada disso é explicitamente dito no livro.
O livro, inclusive, já foi base para o enredo da novela Essas Mulheres, da Record, que misturava a história de Lúcia às histórias de Aurélia, de Senhora, e Mila, de Diva. Lúcia era interpretada pela atriz Carla Regina.
Abaixo, a abertura da novela.



Só pra constar, a branquinha é a Milla, a loira é a Aurélia e a morena é a Lúcia.
E, por último e mais importante, Lúcia já foi personagem de um desafio do Batata quente. Quem escreveu a história foi a Darshany e, pra ler, só clicar aqui.

PS: Lucíola é um vaga-lume que fica na beira dos charcos. Bom nome para a história de uma mulher lindíssima e puríssima que é prostituta.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vai um Drink?

Não sei se vocês repararam, mas a sessão drinks do meu blogrol é toda composta por blogs meio literários. Vou falar de um deles hoje, do qual gosto muito.
Com açúcar, com afeto é um blog do qual eu tirei um texto à umas postagens atrás e, embora raramente seja atualizado, sempre me traz uma surpresa escrita em versos. A autora, Marcela Rangel, tem uma doçura gostosa e madura na hora de escrever(foi o melhor jeito que arrumei de dizer que ela é doce, mas não é besta, inocente ou idiota). Muitas vezes se põe na bandeja quando escreve, noutras se esconde.
Eu só sei que sempre procuro o que ela escreve, me acalma ou agita na hora que eu preciso.
E não tenho mais o que dizer, então fucei o arquivo e catei um trecho de poema.


"Ninguém mais se choca com nada.
Por que, então, o que digo haveria de escandalizar?


Chocante mesmo foi o carro não ter morrido, foi eu ter tido coragem e ter até corrido.
Comecei a notar que as coisas invisíveis tem mais cheiro, mais presença e mais cor.
Como as sensações. Aquelas sensações! Todas elas, ninguém nunca as poderia roubar.
É como esse texto que, a partir daquela brisa tão desejada, comecei a criar.
É como a cor do invisível.
Qual será?"




Para ler o poema inteiro, basta clicar aqui.




segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Diário da Princesa


Esses dias eu falei das pessoas que esperam os filmes saírem por preguiça de lerem os livros. Não pretendo me aprofundar no assunto. Apenas queria ressaltar que, às vezes, a adaptação fica melhor que o original. É o caso, e eu aposto que a Gaby não vai concordar, do Diário da Princesa.
A história de uma menina baranguinha que se descobre futura governante de um pequeno país europeu é atraente por si só. Primeiro por que TODA menina(e eu digo isso prepotentemente mesmo), já sonhou ser princesa.
Existe todo um glamour e uma cultura de contos de fada antes de dormir por trás disso. Se tratando, ainda por cima, de uma garota legal-mas-que-nunca-chamou-atenção é melhor ainda. Por que Mia, a mocinha-anti-heroína, era invisível, gostava de ser invisível e, por ela, não deixaria de ser assim.
E Mia, de baranguinha, fica gatona; de anti-social, vira popular; de pega-ninguém, passa a ser disputada por dois garotos bem bonitos. E o legal disso tudo é justamente o fato de ser um diário. Todas vibramos com Mia e sentimos em nós a cultura pop que ela emana e usa como referência, conhecemos aquela linguagem e até gostamos dela.

Só que eu comecei falando que o filme é melhor. E ainda acho que seja. Primeiro por que gosto de filmes açucarados, depois por que o filme é mais ágil que o livro e no fim das contas, a história não é totalmente a mesma, mas não perde a essência de sonho de princesa.

Enfim, leiam o livro (não acho que os meninos vão gostar, mas as meninas talvez), assistam o filme, comentem no blog e depois vejam o que a Gaby escreveu sobre o livro na época em que escrevia sobre literatura usando a personagem Patty Literária





O mais legal de tudo: o trailer eliminou todo o meu açúcar.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Andrade

Aviso aos navegantes: o texto que se segue foi mentalmente rascunhado em uma mesa de bar.

Pensando em símbolos (sobre os quais não sei falar, mais finjo), podemos considerar que quanto menos elaborado ele é, mais significações pode adquirir. Considere, por exemplo, as possibilidades de significações da letra A ou de um número qualquer. Peguemos então, um símbolo mais elaborado, como uma palavra (recheada de outros símbolos quaisquer); ainda assim, há diversas significações possíveis em diversos contextos.
Sem mais delongas, vim falar de poesia. Por que o que difere a literatura das demais narrativas é exatamente as possibilidades que a literatura tem. As significações que cada texto adquire para cada pessoa enriquecem o texto e não só ele... Não quero entrar num jogo de valores.
Encerrando o assunto, se a mensagem deve ser claríssima como água, com emissor certo e destinatário previsto anteriormente, estamos fazendo jornalismo ou publicidade, não literatura. Literatura, disse o mestre, permite ambiguidades deliciosas.
E agora não sou eu que falo, sim Oswald de Andrade, que é pra reafirmar a literatura e as múltiplas significações de uma mesma palavra.

Amor
Humor

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O Guia do Mochileiro das Galáxias


Suponhamos que você, leitor, tenha hábito de leitura e busque sempre bons livros. No dia de hoje, te indicaria O Guia do Mochileiro das Galáxias, do Dam Adams. Mas e se supusermos que você caiu neste blog por acaso e não gosta nem um pouco de ler. O Guia do mochileiro das Galáxias continua sendo uma boa dica.
- Aline, querida, você pirou?
- Não, caríssimo leitor, eu não pirei. O Guia do Mochileiro das Galáxias é um livro do qual as pessoas podem gostar simplesmente por gostarem de rir. A história é ótima e cheia de boas tiradas. Sem contar que o livro é um clássico de ficção científica - e olha que eu nem gosto de ficção científica – com direito a ets, Terra explodindo e naves espaciais.

E se eu não te convenci a ler o livro, segue o trailer do filme que eu não vi.






Por que nesse mundo moderno tudo funciona na base do: vou ler não, daqui a pouco sai o filme!
**post escrito por uma blogueira mal-humorada

terça-feira, 13 de maio de 2008

Epifania

O texto a seguir foi retirado do blog Com açúcar, com afeto e escrito com maestria por Marcel Rangel, que também escreve sobre cinema.

Epifania

Uma epifania de Clarice me atingiu.
A cabeça de tão aberta, as vezes, não consegue se conformar com o óbvio.
Certos gritos por alto demais não podem ser ouvidos, diz o Gullar.
Mas nunca é tarde demais.
E foi quando a epifania de Clarice me atingiu.
Ela (a Clarice) bem deveria saber que ela (a epifania) só surge em momentos de absurda clareza.
Há de se entrar em contato com tudo que se ouviu e se ignorou.
Há de se acertar com todos os assuntos interiores que se havia escondido e...
Pausar.

Pular uma linha.

Sem dor ou alarde.
E, de repente, uma calma aterrorizante toma conta.
Uma brisa leve é gerada.
Nem tudo está perdido, muito menos resolvido.
Mas, não importa.
É como se o esclarecimento desse força (não daquelas forças de luta, mas daquelas que dão vontade de prosseguir, jamais desistir).
E quando a epifania está para terminar, posiciona-se em um estado entre o normal e o epifano que faz com que se pense em Clarice Lispector, em Ferreira Gullar, em epifania, em poema e, se a sorte adentrar, em postar.

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Achei que o texto cabia bem no blog. Seguem, então, mais links sobre Clarice e Gullar.
Um abraço,

sábado, 10 de maio de 2008

Lolita

"Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita."
Vladimir Nabokov, Lolita

Lolita é mais que uma história irresponsável sobre um quarentão e seu romance com uma nifetinha. Vladimir Nabokov, ao escrevê-lo, estruturou muito bem seu protagonista cheio de traumas e romantismo. Por mais assustador que seja o caso de um homem maduro com uma menina de 12 anos, Nabokov o relata com toda a doçura e paixão de seu protagonista. Não há mau gosto ou vulgaridades. Lolita é uma história bonita e marcante e talvez por isso tenha rendido dois filmes e muita polêmica.

Segue o trailer do filme do Kubrick, primeira adaptação do livro pro cinema:



E por fim, o trailler original do remake feito pelo Adrien Lyne:

Sarau II

Eu tenho primeiro que dizer que foi lindo. Depois eu digo do que estou falando. Sei que me propus a falar de literatura nesse blog e coisa e tal, mas ninguém disse que a literatura deixa de ser literatura quando falada.
E o Sarau sobre o qual disse no post de ontem(passou da meia noite, mas ainda é sexta – eu não dormi e eu decido isso) foi um sucesso. Nunca vi um sarau, nem uma mostra de vídeos tão cheios. Não lá na Ufes.
A exposição de desenhos foi numa sala e passaram mais de 70 pessoas que assinaram. E olha que eu nem assinei nada. E foram umas 3 horas de exposição contando assinatura, ou menos...
E o Sarau em si! Putz... Começou com a mãe da Natasha dizendo que não ouvia falar em sarau desde que tinha lido A Moreninha. Daí a gente foi pra lá e ficou botando músicas felizes pra tocar e o Sarau nunca começava. Tudo atrasou, mas ele por fim começou.
Primeiro falaram poemas de Gregório de Mattos, depois veio Mário de Sá Carneiro e depois eu falei um texto meu e Haroldo falou um texto dele. E todos foram tomando coragem e pegando mesmo o microfone pra declamar qualquer coisa, até música do Ponto de Equilíbrio.
Por que música é poesia sim e não há quem diga que não.
Foi lindo e eu tinha que dizer.


E agora, por que Internet é link, seguem nomes linkados e substancialmente acompanhados por agradecimentos e aplausos. Flora, Damn, Léo Lopes, Juliano Gauche, Túlio, Amanda, Vitór, Vinícius, toda a gestão do Cacos...

E pra fechar, na mostra de vídeos do sarau foi exibido um vídeo meu, que é esse aí:

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sarau

Pois então,
Amanhã, às 19 horas, no Cemuni V (aquele lugar laranja que fica na entrada da Ufes), vai rolar o Boca do Inferno. Trata-se de um sarau/mostra de vídeo/ exposição de desenhos e telas/ Show do Methânia.
A iniciativa é dos alunos do primeiro período de comunicação lá da Ufes e é um excelente espaço para mostrar produção e conhecer o que há de novo nos campos das artes.
Vai lá e leva um texto!
Mais informações: Blog do Cacos

O meu texto é esse, ó!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Belo belo

Aline, Li Vinicius, li Bandeira.. depois disso, muitos beijos
na boca vieram e o fato de entender Vinicius só reforça minhas convicções do
quanto prefiro Bandeira.


Comentário do Marcelo, do blog Saco de Filó, no post "Soneto de fidelidade"



Manuel Bandeira foi dos primeiros poetas que eu gostei de ler. Caí nas graças dele aos nove anos por culpa das Chiquititas - Sim, eu era uma fã histérica delas . Por mais estranho que pareça, em um trecho da novela, uma personagem leu à outra um poema de Bandeira e eu, metida a gostar de poemas, resolvi correr atrás.
Morava perto da biblioteca e pegava sempre o mesmo livro dele, uma coletânea de poemas escolhidos por não lembro quem.
Em especial, dois poemas me intrigavam e me intrigam até hoje: Boca de forno e Belo belo II (existe um Belo belo I). De Boca de forno eu vou deixar pra falar depois, mas devo me concentrar novamente nos meus nove anos pra falar de Belo belo.
A questão é justamente o número. Naquela época, aprendia a verificar contas usando a prova real e a prova dos nove.
Eu gostava daquele negócio, achava bonito somar dois e sete. Nem lembro mais como é que se tira a prova dos nove, só lembro que você somava, dava nove e depois: noves fora zero. Hoje faço contas de cabeça e sou tão arrogante que nem verifico, não sei mais dançar as coreografias das Chiquititas, mas em mim ficou que vida noves fora zero.

zeca baleiro - Bandeira



segunda-feira, 5 de maio de 2008

Entrevista


O que se segue é uma entrevista já velha, mas nunca antes publicada, que fiz com a Lívia Santo, conhecida na internet como MSM, uma excelente e premiada autora de fanfictions.


Aline Dias: Quando você começou a escrever fanfictions?
MSM: Eu comecei a escrever fanfictions, acho que foi em 2002. Eu tinha lido Draco Dormiens (história famosa, escrita pela autora britânica Cassandra Claire e traduzida para o português por várias pessoas diferentes), mas não terminei porque a fic acabou virando H/Hr. Aí, eu li uma fic Victor/Hermione, que ficaria linda sob o aspecto D/Hr (Draco e Hermione), meu (casal) favorito hétero, e eu comentei com uma amiga. Ela me disse para por as minhas idéias no papel, e eu o fiz.


AD: E de onde surgiu seu interesse por fanfictions?
MSM: Bom, os livros demoram muito para sair. Aí, eu estava na casa dessa amiga que me incentivou a escrever e ela comentou que uma colega dela, tinha lhe falado sobre histórias sobre Harry Potter que não eram o livro em si, e ficamos curiosas a respeito. então lemos “Draco Dormiens”, era melhor do que o vazio que se dava entre um livro e outro da série.


AD: Então a necessidade de criar vem da curiosidade?
MSM: Em parte, sim. Acho que as outras coisas que motivam, é o poder que você tem de fazer a história seguir o rumo que você quer, sem se preocupar se isso é lógico ou não para as outras pessoas.


AD: E por que não personagens originais?
MSM: Bom, há alguns personagens originais nas tramas, mas a sensação de poder é bem maior quando você faz os personagens já existentes comportarem-se segundo as suas regras.Torna as coisas mais interessantes, porque apesar de ser uma história inventada, há a veracidade de se pensar que aqueles personagens realmente existem.


AD: E quais são as regras?
MSM: Não há regras, propriamente ditas, á uma sugestão de conduta. Exemplo, você pode alterar completamente a personalidade dos personagens para que a sua história pareça mais verossímil, mas por outro lado, isso faz com que a sua fanfiction se distancie demais dos livros e por isso, seja menos interessante.


AD: O que você gosta de colocar nas suas histórias?
MSM: Eu não sou o tipo de pessoa muito romântica normalmente, talvez por isso, eu me interesse tanto por histórias românticas. Eu gosto de conflitos de interesses, gosto de jogos de manipulação. Mas acima disso tudo, gosto de colocar personagens que superam todas as dificuldades para ficarem juntos... Talvez eu seja um pouco romântica, afinal.


*Pra ler as Fics da MSM, basta clicar aqui ou aqui.
A imagem acima é a capa de uma das fanfictions que mais gostei de ler em todos os tempos. Clicando na imagem, vc lê a fic! Links não são o máximo?
** Acrescentei alguns parênteses pelo bom entendimento de todas as questões envolvidas na entrevista.

domingo, 4 de maio de 2008

Soneto de fidelidade


Foi meu pai quem disse, quando eu tinha 13 anos e era metida a intelectual por que gostava de Bandeira, que eu ia entender Vinícius só depois que eu desse meu primeiro beijo na boca. Na época, achava Vinícius chato por pura ignorância minha. Hoje não acho.
Poderia tentar falar num post sobre toda a obra dele, mas não quero resumir grande coisa em pouca. Quero apenas lembrar que foi ele quem disse das saboneteiras quando fez sua receita de mulher, além de exigir que todo mundo leia esse poema.
E pra não ficar um texto sem conclusão, retomo o beijo na boca do começo pra dizer que papai tinha razão.

sábado, 3 de maio de 2008

O caso Xá Granger


Pra quem não sabe, fanfictions, fanfics ou fics são histórias originais feitas à partir de um universo ficcional pré-existente. O caso é que eu sempre leio fanfictions quando tenho tempo ou quando pifo. Entro em sites (como esse, esse e esse) e fico fuçando até achar a coisa que eu quero ler.
Estava, agora há pouco, procurando uma fic de Harry Potter que tivesse como casal principal os personagens Hermione Granger e Draco Malfoy e achei várias. Li umas três shortfics, nome dado a fics curtas, e, por acaso, cliquei no link de uma longfic, ou seja, fic grandona, dividida em capítulos e tudo o mais.
O caso é que, por acaso, a história que eu peguei pra ler por causa do nome “O que eu também não entendo” – que é uma música do Jota Quest da qual eu gosto um bocado- está sendo escrita por uma tal de Xá Granger. Achei o nome suspeito. Que espécie de criatura usa Xá de pseudônimo? Ainda mais com xis. Não tinha erro. Eu tinha certeza que aquele texto que eu ainda nem tinha lido era de uma garota da minha sala, que inclusive tem um blog que conta histórias de uma tal de Nicky, do qual a AK falou muito bem no seu blog sobre blogs.
Aí eu chequei o e-mail da tal Xá Granger e era a própria Shamylle Alves, única e verdadeira, que nunca me contou que escrevia fanfictions.
Foi então que eu comecei a ler a história e a gostar instantaneamente, apesar de haver alguns errinhos em relação ao conteúdo do sétimo livro de Harry Potter. Nada condenável, eu também ressuscitaria um bocado de personagens em histórias minhas. Não me conformo com as mortes de Harry Potter e as Relíquias da Morte e ponto final!
Enfim, a idéia da fic já é um pouco batida no Fandom (Reino de fans) de Harry Potter. Várias histórias já levaram Harry e sua turma para passar uma temporada junto aos seres humanos comuns sem poder usar magia. No entanto, a Shamylle/Xá Granger, conseguiu não cair nos clichezões da vida e fazer uma história leve, engraçada e instigante.
Inclusive, venho por meio deste cobrar que a fic seja atualizada imediatamente no site!
* Pra ler a história, basta clicar na imagem lá em cima, se der problema, só clicar aqui.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Salomé



Na minha estante há muitos livros, inclusive muitos que nem foram abertos. Mas dos abertos que eu li, ressaltaria hoje um bem curto que li numa deitada só. Trata-se de uma clássica releitura de um clássico feita por um gigante.
Salomé é a história de uma princesa mui bela que se apaixona pelo profeta João Batista e não é correspondida. Não sei bem como é a história na bíblia, mas versão de Oscar Wilde é fascinante e chega a fazer doer.
Há quem tenha dificuldade de ler quando é drama, mas Salomé toca tão fundo que a dificuldade passa. Os olhos dela são visíveis nas falas e toda força das cenas já batem na cara da gente só na leitura.
Salomé é princesa bonita e ainda dança. Ela é bonita e seduz, então pode tudo. Poderia, então, ser qualquer mulher. É por isso que dói.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Com copo na mão

A primeira palavra que eu li, segundo a minha ilustríssima mãe, foi Mônica. Era mesmo a Mônica das revistas em quadrinhos que saía batendo em toda a vizinhança, sempre cheia de razão e sem nenhum medo. Depois dela, fui lendo muitas e poucas palavras entre pontos, vírgulas, aspas e tudo o mais. Fui lendo por curiosidade, paixão e hábito.
Poderia me estender falando que livros viciam e tudo o mais, mas acredito que literatura é hábito. É preciso que se crie rotina pra deixar de ouvir os barulhos externos e mergulhar. É preciso que haja gosto pelo mergulho. Também vale lembrar que existe o livro certo para cada ocasião, o autor certo para cada noite, o gosto certo para cada verão.
Literatura então é acaso. Não gostei de Senhora da primeira vez que li. Na segunda, entretanto, caí nas intrigas e nas falas, nas brigas e nos vestidos rodando nos salões.
Letras tem que ser dançadas, tem que ser bebidas, tem que ser faladas. Livros tem que bater na cara e dar a mão.
Sem mais delongas, este blog se destina a comentar literatura despretensiosamente. Mas não espere uma rotina de críticas de livros e poemas e autores. A literatura daqui é toda ela, sendo online, offline, de parede, carteira, capa de caderno ou livro de capa dura. Quero chover no molhado e descobrir coisa nova. Comentar e pesquisar literatura além da que eu já faço.

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Minha literatura: Gota D'água, Batata Quente, Fanfictions.

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Todos os créditos da imagem do layout devem ser devidamente dados à Amanda Mariano, que fez a figura pra mim de madrugada.
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Além disso, 1 de Maio não é só dia do trabalho. A data também é dedicada à literatura brasileira. O motivo está no Ipsis Litteris.