terça-feira, 13 de maio de 2008

Epifania

O texto a seguir foi retirado do blog Com açúcar, com afeto e escrito com maestria por Marcel Rangel, que também escreve sobre cinema.

Epifania

Uma epifania de Clarice me atingiu.
A cabeça de tão aberta, as vezes, não consegue se conformar com o óbvio.
Certos gritos por alto demais não podem ser ouvidos, diz o Gullar.
Mas nunca é tarde demais.
E foi quando a epifania de Clarice me atingiu.
Ela (a Clarice) bem deveria saber que ela (a epifania) só surge em momentos de absurda clareza.
Há de se entrar em contato com tudo que se ouviu e se ignorou.
Há de se acertar com todos os assuntos interiores que se havia escondido e...
Pausar.

Pular uma linha.

Sem dor ou alarde.
E, de repente, uma calma aterrorizante toma conta.
Uma brisa leve é gerada.
Nem tudo está perdido, muito menos resolvido.
Mas, não importa.
É como se o esclarecimento desse força (não daquelas forças de luta, mas daquelas que dão vontade de prosseguir, jamais desistir).
E quando a epifania está para terminar, posiciona-se em um estado entre o normal e o epifano que faz com que se pense em Clarice Lispector, em Ferreira Gullar, em epifania, em poema e, se a sorte adentrar, em postar.

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Achei que o texto cabia bem no blog. Seguem, então, mais links sobre Clarice e Gullar.
Um abraço,

3 comentários:

Marcela Rangel disse...

Sim, a Aline é linda.

:)

luisfilipe disse...

bom te ver no sarau.

te add, passa lá dps.

Vinicius Langa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.