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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Histórias curtas para Mariana M


No fim das contas, é mesmo uma história de amor.
Criança, eu gostava mesmo de detetives. Em livros, me atentei pouco para as deduções. Não tem graça sempre saber de cara quem é o assassino – e comigo isso sempre acontece. Tentei Agatha Cristie, Sherlock Holmes, alguma coisa de Rubem Fonseca com seu ótimo Mandrake. Romance Noir. Até Nelson Motta – com um livro legal e pronto, nada muito aguçador de cérebros.
Sou dessas leitoras que gostam de porrada. Entretanto, sempre me imaginei detetive. Solucionanadora de casos com raciocínio brilhante. Todavia, não será possível seguir na profissão, nasci mulher.
Em Histórias curtas para Mariana M, Francisco Grijó nos apresenta um narrador anônimo de ares um tanto arrogantes que fala de sua Mariana e de Júlio Albani, outro homem com quem ela se envolve. O narrador vai morrer e declara não gostar de histórias policiais, mas apresenta assassinos, investigações e informações sobre tramas policialescas.
Passei metade do livro me perguntando por que um homem à beira da morte contaria uma história de um gênero que não gosta. No fim, descobri que estava sendo enganada e que ele mesmo brincava comigo todo o tempo. Sem dúvida, Histórias curtas para Mariana M é uma desesperada história de amor.

Aqui, um post do autor sobre o seu livro.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O canto da Sereia


Uma cantora baiana é assassinada em plena terça-feira gorda em cima de um trio elétrico e pára o carnaval da Bahia. Esse é o ponto de partida do romance de estréia do jornalista Nelson Motta, O canto da Sereia. Além de ter um ritmo gostoso e a leitura ser extremamente fácil, o livro também tem um final previsível.
Ainda assim, vale à pena ler do começo ao fim e degustar as boas sacadas do narrador Augustão, um detetive gordo que não vive sem sexo, maconha e cerveja e também ataca de jornalista policial. Cabe a ele desvendar a morte da estrela que dá nome ao livro: Sereia Maria de Oliveira.
Não vale esperar nada de extraordinário, quando eu quero um suspense intrigante que não me revele seu final logo de cara, procuro Arthur Conan Doyle.
Acontece que Sherlock Holmes não tem o sotaque baiano e não fala tão bem do que vemos todos os dias nos noticiários e programas de auditório.
O bom d'O canto da Sereia é justamente o fato de ser tão palpável que parece realidade romanceada.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Grande Arte


Foi assim: um flerte completamente ao acaso. Pensei no nome que tinha ouvido alguma vez e pouco depois meus olhos pousaram magicamente no mesmo nome. Vieram mil coisas sobre soncronicidade, coincidências e signos do zodíaco à minha cabeça.

Passou logo. Eu estava num sebo e era natural que eu encontrasse aquele livro ali. Dei uma enrolada, mantive-o na minha bolsa por algumas horas. Não tinha pressa.

Acontece que foi só começar que eu não pude parar. Engoli o livro sem dó em dois dias. Feito paixão de carnaval.

E foi isso mesmo. A Grande Arte, do Rubem Fonseca, foi a minha paixão deste carnaval. Não sei se pelo charme de Mandrake, o personagem principal - um advogado sedutor metido a detetive-, ou pelo enredo bem amarrado e cheio desses inesperados com substância. Posso ter me apaixonado também pela ausência de rodeios que afronta e corta, como as facas que guiam toda a história. Não sei.

Sei que me vi nas falas e no rosto das amantes todas de Mandrake e também nele. Queria descobrir o assassino que fez um P na cara de suas vítimas, duas prostitutas.

Foi então que o flerte me tomou tempo de sono e povoou meus sonhos. Fiquei arrebatada por muito pouco e sem qualquer rodeio. Não era óbvio o fim e nem dizia demais.


Quero mais Rubem Fonseca.

Com porrada.