sexta-feira, 5 de março de 2010

História do Olho - Georges Bataille


Uma narrativa qualquer, numa praia qualquer em férias de verão, a Espanha continua a mesma com seus espanhóis e estrangeiros, visitando lugares históricos. Este é o cenário para a primeira ficção de Georges Bataille, "História do Olho", livro que ilustra uma filosofia passando do gênero noir e erótico. Como nos livros de Marques de Sade, Bataille busca traços explícitos nas personagens, confiando nelas para expor suas ideias, que ainda eram implícita no começo de sua carreira.
A obra publicada originalmente em 1928, não leva o nome verdadeiro do autor, passando por Lord Auch, marca como em nenhum outro texto seu, o desejo de ser "apagado", uma vez que busca omitir os traços que permitem identificar o verdadeiro nome do autor.
De ficção a auto biografia, Bataille monta a estrutura do livro de uma forma complicada e dissimulada. Misturando o estilo noir e erótico, dá detalhes precisos sobre suas paixões, inspirados sempre por suas leituras místicas, além de Nietzsche e Sade. Tais inspirações só definia mais a suas obsessões fúnebres, relacionadas a violência erótica e ao êxtase religioso. "O sentido do erotismo é a fusão, a supressão dos limites", escreve o autor, explicando a união dos corpos a ponto de se tornar indistintas uma das outras. Ou, como completa Bataille em "O Erotismo", numa passagem que resume seu primeiro livro: "O sentido último do erotismo é a morte".

Um comentário:

Pedro Cindio disse...

Esse livro é demais. Euo tenho faz um tempo e, sinceramente, já perdias contas de quantas vezes o li.