
É este o mote da história e a forma como é contada, parecendo um monólogo, é o que faz ficar ainda mais interessante do que um mero amontoado de pornografias. A luxúria da protagonista tem método e o livro parece ter pretensões educativas. As sacanagens em si parecem coisa tão normal na vida da senhora que não ganham descrições detalhadíssimas. É tudo cru. Palavrões jorram, a linguagem é oral mesmo.
Curiosas são algumas inserções de comentários filosóficos, ideológicos e a pornografia sendo encarada como estilo de vida e forma de leitura de Platão, do feminismo, da política, da academia etc. Viver é foder, diz a protagonista, que faz questão de frisar que esta não é uma conclusão banal, mas uma tese confirmada por sua incursão exaustiva no assunto.
Se os desavergonhados se divertirão com a leitura, também se divertirão os envergonhados. Mesmo absolutamente pornográfico, o livro não é chulo.
Assinado por João Ubaldo Ribeiro com uma nota no começo que diz que a história lhe foi mandada por esta senhora de 68 anos que mudou os nomes e não quer se identificar, “A casa dos budas ditosos” é o volume referente à Luxúria da coleção “Plenos Pecados” e pode ser encontrado em qualquer sebo ou livraria.
Um comentário:
Há uns oito anos atrás li esse livro e achei a cara da Bianca, ops, da Ariel. Engraçado ver ele aqui... ;)
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